«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

sábado, 21 de agosto de 2010

Pedradas VI

Hora da partida

um, dois, três,
ora vamos lá contar,
pelos dedos da mão direita,

uma gaivota malhada,
duas gaivotas malhadas,
três gaivotas malhadas,
quatro gaivotas malhadas,

(bocejo e adormeço)

nunca chegam os dedos,
faltam as mãos, tapam-se os pés

(adormeço e bocejo)

uma gaivota branca,

-Acorda!

1 comentário:

  1. chiça, que pedrada, esta... e eu que imaginei que só seria possível adormecer contando carneirinhos... as gaivotas têm asas, mas as que cantas não me parece que tenham aprendido (ou terão desaprendido?) de voar.
    beijinho!

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