XXII
O primeiro passo: voltar atrás.
Um frio que nasce de dentro, nas
paredes do estômago, sobe pelo esófago. Um grito surdo numa boca escancarada.
O segundo passo: ficar parada.
Um tremor que percorre as pernas,
percorre o peito, assoma a mente. Uma lágrima que cai em terra de ninguém. A boca
aberta cospe sangue: o ruído surdo da espessa pasta atingindo a terra.
O terceiro passo: continuar.
E continuar o quê? Todos os
sopros quedam-se nos campos. Todos os vendáveis findam-se na terra. Todas as
cidades esqueceram o meu nome.
Aqui. Cavar. Cavar e cavar. O
último passo: para um lado qualquer que não este.
Fotografia LauraAlberto
o lado de dentro já é todo reverso...
ResponderEliminarbeijinho carinhoso, amiga poeta!
Laurinha,
ResponderEliminarvoltar atrás, parar, continuar...; ou, continuar, parar, voltar atrás...
quase um desejo pela catalepsia, é o próprio purgatorium.
Foto instigante!
Beijinhos e ótimos dias!
Para voltar atrás é preciso mais que memória. É preciso ter acumulado sabedoria.
ResponderEliminarbeijoss :)
- ao meu ver continuar será sempre a melhor opção...
ResponderEliminarmesmo que os sopros quedem-se nos campos. mesmo que os vendáveis findem-se na terra. mesmo que todos esqueçam o nosso nome.
não importa a direção, não importa o lado, se houver um objetivo,
grande abraço.
o régio, com o seu cântico negro, continua a ser candeia que alumia todos os pontos cardeais.
ResponderEliminarbeijinho!