E esta é que é a tal saída
escondida? A libertação. anunciada nos livros proibidos das bibliotecas vazias?
De que adianta acreditar? Nos
dias? Nas noites? No tempo? No amanhã? Não existem pás suficientemente grandes
para carregar com tudo isto. Esta sujidade que se acumula aos nossos pés e nos
faz tropeçar.
E agora somos o corpo debaixo do
lençol.
Distantes estão os ruídos da infância, quase mudos: os
testos, as panelas, as gavetas, a chuva que assustava. Os nossos risos. Nunca
te perguntei se choravas? Nunca te vi chorar.
Tu choravas? [Tu fingias, eu
finjo agora.]
O sabor exageradamente doce da
cevada. O calor da água dentro da garrafa de vidro verde. A melhor sobremesa de
sempre.
Não, não sou eu que estou deitada
no asfalto. Não merecias que o fizesse, nunca. Eu estou aqui, apenas aqui, à
espera.
Estou apenas aqui à espera, só
não sei de quê.
Fotografia de Pedro Polónio, http://club-silencio.blogspot.com/
toda essa atmosfera cinza é retratada nos textos, gostei muito do blog, pricipalmente da mescla entre o texto e a imagem, que com vi, algumas foram tiradas por você. Claro que é comum encontrar blogs com textos e imagem, mas não com essa perfeita correlação como nos seus. Salvo engano talvez compartilhemos do gosto pela fotografia... Você gosta de Fotografia?
ResponderEliminar.
ResponderEliminarLaurinha, não são mais tristes as lágrimas que escorrem escondidas!?
ResponderEliminarbeijinho, querida poeta!
que foto, putz... rapidamente entendo o que são as penas do purgatorium :)
ResponderEliminarbeijos, amiga!