«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Polaroid 29

A ponte

corre, como um fio prateado
enrola-se nas pedras, brinca com os ramos
beija os pés dos pescadores
e corre, como um fio cinzento

leva as folhas perdidas, abandonadas, esquecidas
entre garrafas, caixas vazias, galhos, rolhas
e leva, para longe:
todos os gritos,
todo o desespero,
todo o sonho,
todo o nosso sonho, o de outros
toda a dor,
todo o medo

aqui em cima anda a coragem
de pés descalços sobre o metal

5 comentários:

  1. ...traigo
    sangre
    de
    la
    tarde
    herida
    en
    la
    mano
    y
    una
    vela
    de
    mi
    corazón
    para
    invitarte
    y
    darte
    este
    alma
    que
    viene
    para
    compartir
    contigo
    tu
    bello
    blog
    con
    un
    ramillete
    de
    oro
    y
    claveles
    dentro...


    desde mis
    HORAS ROTAS
    Y AULA DE PAZ


    COMPARTIENDO ILUSION
    IM POSSIBILIDADE

    CON saludos de la luna al
    reflejarse en el mar de la
    poesía...




    ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE CHAPLIN MONOCULO NOMBRE DE LA ROSA, ALBATROS GLADIATOR, ACEBO CUMBRES BORRASCOSAS, ENEMIGO A LAS PUERTAS, CACHORRO, FANTASMA DE LA OPERA, BLADE RUUNER ,CHOCOLATE Y CREPUSCULO 1 Y2.

    José
    Ramón...

    ResponderEliminar
  2. Laura,
    é-me sempre difícil comentar os seus poemas.isto porque depois de os ler fico sempre a pensar...

    Deste gostei muito, porque apesar de tudo, existe a coragem para podermos continuar...a andar, mesmo que descalços, sobre metal e eu vislumbro, também um rasgo de Esperança.

    beijo com *

    ResponderEliminar
  3. um solo em brasas povoado de palavras,

    beijo

    ResponderEliminar
  4. heraclito tinha razão. não vale a pena esperar sobre a ponte que o espelho do rio projecte os tempos idos. a água não regressa, passa. pim! :)
    abraço, laurita!

    ResponderEliminar
  5. A água do rio leva aquilo que queremos e, por vezes, o que não queremos. Mas, como toda a água, lava também... E fá-lo bem melhor que muitos detergentes.
    Beijos, Laura! Bom fim-de-semana...

    ResponderEliminar