I
quantas valas
arrancadas ao ventre da terra
para conter toda a humanidade
II
quantas são ainda
as pedras que encerram
os homens que restam
III
fogo permanente
em falsas cruzes de pau
onde se assassinam os justos
IV
quantas palavras
quantas pedras
quanto tempo que nos resta
V
ventres vazios
vísceras no solo imundo
somos todos nados-mortos
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
O arado é arcaico e a lavoura primitiva.
ResponderEliminarCaminha devagar e desabrida.
Não olha para o céu, não ouve o vento e nem a si.
beijoss
pois que assim nada avulta, resta, réstia, notas subliminares,
ResponderEliminarbeijo
Notas a reter. Quem sabe a revisitar?
ResponderEliminarBeijo
Laurinha,
ResponderEliminarnati-morto é quem não pensa em forma de Poesia.
Lindos os teus escritos, que tanto me tocam.
Beijos com uma super saudades de ti!
Espero que esteja tudo bem.
Noto que as tuas notas são notáveis nados vivos...
ResponderEliminarGostei.
Laura, querida amiga, tem um bom domingo e uma boa semana.
Beijo.
porque sinto nada, fico me enchendo de tudo!
ResponderEliminarbeijo poeta imensa!