olhou
para ela de soslaio, pelo canto do olho
esvoaçava
em trapos negros
vulto
de formas imprecisas e odor quente
quis
oferecer-lhe uma mão
ainda
que desfalecida
ainda
que cravada de sulcos fundos
-não
preciso as asas chegam-me bem
ele
mexeu os lábios mostrando uma fileira de dentes amarelos
tornava-se
impossível respirar
olhou
de novo para ela enfrentando-a
desenhou
um futuro em linhas invisíveis
e
cravou-lhe o punhal com mestria entre os espaços das costelas
ainda
sentiu a lamina tocar-lhe no coração
[há
mortes que precisam ser ensaiadas]
Fotografia de Pedro Polónio, http://club-silencio.blogspot.pt/
essas baladas são cenas incríveis
ResponderEliminaracompanhadas sempre por um bom
vinho
...
beijo carinhoso,
baby.
Laura, que espanto: há mortes que precisam ser ensaiadas. Amplifico isso e compreendo que sim, sob vários aspectos. Uma balada tocante.
ResponderEliminarBeijos e grata pela visita ao Roxo.
este final, este final, este final (me atravessa)
ResponderEliminarbeijo
Para uma morte tão bem produzida
ResponderEliminarO ensaio é fundamental.
E nada de final feliz nessa balada...
ResponderEliminarponho-me sempre na poltrona da frente ao te ler!
ResponderEliminarbeijo, poeta querida!
Ai, é isso...
ResponderEliminarPerfeito!
Parece cena de um triller.....
ResponderEliminarEmocionante.
beijo
Que maestria!
ResponderEliminarBeijo!
Surpreendente!
ResponderEliminarbeijos
Valha-me Zeus!!! És uma poeta espantosa.
ResponderEliminarBeijo, Lauríssima*
- talvez não tenha nada a ver, mas adoro interpretar, sabes bem disso, rs.
ResponderEliminarEste seu poema me lembrou uma história, vivida há mais de 2000. Principalmente pelas dicas do catolicismo implícito.
Grande abraço, querida Laura.
E quantas mortes precisarão ser ensaiadas?
ResponderEliminarInfelizmente elas vem espreitando e de repente vupt.
Incrível esta sua inspiração.
Um lindo dia para você.
Beijos.
As mortes ensaiadas são, em essência, mortes perfeitas.
ResponderEliminarE a morte, último ato solene da vida, para que se perpetue,
tem de ser perfeita.