I
de tanto afiar
o fio da faca
perdi o medo sob o balcão da cozinha
II
o sangue que alastrava
impregnava os móveis
deixei que o odor se alastrasse
III
uma mão no bolso
a outra perdida
o sono viria por fim
IV
restava a marca
no livro de notas
como matar a cobardia?
tudo se morre em si,
ResponderEliminarbeijo
Que gostoso.
ResponderEliminarAs marcas a gente tenta diminuir, mas o tempo só as atenua. São movimentos em vão. Somos o sangue que escorre, nós escorremos, até que morremos.
Beijo, Laura.
em nós, tantos vertedouros...
ResponderEliminaradoro te ler!
:*
O corte tornou-se algo banal, amolamos a faca no corpo.
ResponderEliminarBeijo.
Me arrepiei, querida amiga.
ResponderEliminarPara quem escreve tão estrondosamente em metáforas é fácil fazer um haicai. Ficarei feliz se fizer um onde eu possa ilustrar com céu e nuvens (bem leve ok?)
Beijos.
Laurinha,
ResponderEliminarPoesia sempre muito intensa,
com escrita e marcas.
Beijos!
Veemente, como de costume.
ResponderEliminarBeijo, Laura!