o papel de parede, com as suas cores perdidas,
começa por se desprender do estuque
sempre imóveis
nos seus pedestais,
as bonecas com caras de porcelana,
olhos vidrados na linha do horizonte,
ali tão perto
pendem fios eléctricos do tecto abobado
nem as teias de aranha aguentam no lustre
sinistrados,
os velhos carrinhos de brinquedos,
algures esquecidos nas linhas de comboio
das maquetas pousadas no soalho,
ali tão distante
fechado a sete chaves, o velho quarto,
não vá alguém ali entrar, mas ninguém quer brincar

Robert Frank, The Road Week
Entre o horizonte tão próximo e o soalho distante, um admirável poema. A dureza sisuda da vida não encerra a infância para muitos num quarto de brinquedos empoeirados? Quem pode ainda ativar a infância num playground
ResponderEliminarensolarado?
Um beijo.
Marcantonio, basta abrir as portadas!
ResponderEliminarObrigada pela sua visita, um destes dias vou roubar mais uns quadros!
Beijos
Laura