«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

terça-feira, 8 de junho de 2010

Vida(s)

Um segundo,
vê-me.
Dois segundos,
nada.
Três segundos,
nada ainda.
Quatro segundos,
toca-me.
Cinco segundos,
toco-te.
Seis segundos,
Parámos.

(Silêncio)

Sete segundos,
beijamo-nos.
Oito segundos,
a repetição.
Nove segundos,
e de novo.
Dez segundos,
a tempestade.
Onze segundos,
o silêncio.

Séculos apenas,
sozinhos.


Skull, Andy Wharhol, 1976

6 comentários:

  1. a isso se chama eterna idade...

    bjos!

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  2. a isso chamo de salto no tempo. saltemos antes o tempo, querida raquel.
    um abraço!
    p.s. este warhol é fantástico, não? lembro-me sempre do filme "basquiat" em que wahrol é representado pelo camaleão david bowie. imperdível, simplesmente!

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  3. Assis, tomara eu saber o que se esconde por trás do ou!
    Beijo

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  4. ou eterno (des) encontro, Talal.
    Beijo
    Laura

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  5. Jorge, se fores ver postei um quadro do Basquiat na semana passada!!
    Viva à relatividade do tempo!
    Beijos
    Laura

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