«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Praesens II

Continuamos:
Sozinhos,
Na escuridão.
Sanados,
superficialmente.
Vozes que se calam.
Corações mirrando aos dias.
Estamos:
Distantes,
Ocultos nos nossos postos,
À queima-roupa.

BASQUIAT, Jean-Michel. "Self Portait" (1982, óleo em tela. Coleção particular)

5 comentários:

  1. à queima roupa as vezes é o muito distante,

    abraço

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  2. continuamos... sempre... com passos vagarosos, mas firmes... jamais sozinhos.
    um abraço, laurita!

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  3. bela junção palavra-imagem, laura...
    tava com saudades de passear por aqui.
    beijão do
    roberto.

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  4. Laura!
    tira a roupa, deixa só o queima...às vezes resulta!;)
    adorei a imagem!
    Beijo

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  5. O silêncio
    (era preferível o silêncio!)
    é o prolongamento do túnel escuro
    por onde fugimos
    A saída era voltar atrás
    onde nos encontrámos
    Lá fora gravita o sol
    gravando em fogo
    um futuro
    suspenso
    Mas avançamos ao acaso
    feridos pela noite

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