«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

domingo, 6 de junho de 2010

Estudo XLVIII

Despertar

fecho os olhos,
é o teu abraço que me envolve,
fecho os olhos,
o vento agita a seara de trigo,
fecho os olhos,
os teus lábios na minha boca,
fecho os olhos,

e é o teu rio em mim,
de olhos bem abertos


Les jours gigantesques, René Magritte

4 comentários:

  1. ... e o rio sempre deságua no a-mar...

    beijão, laura!

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  2. Caro Roberto, espero bem que sim!
    É um prazer receber a sua visita aqui!
    Beijos
    Laura

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  3. despertar? ai, ai, que este título traz-me um friozinho à barriga... devia ser hoje, a entrega na gráfica, mas já o não será...
    beijinho, colaboradora emérita! (adorei a crónica, by the way).

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