«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Estudo LVI

Xeque

impasse silencioso,
perdem-se os dias em barulho,
impasse imóvel,
ganha-se o desejo no toque reprimido

jogam-se os dados,
aguarda-se em desespero,
lançam-se os dados,
seja rápido o mate


Andy Warhol
Electric Chair, 1965

2 comentários:

  1. a vida não é um jogo, apesar de nela se ganhar e se perder. é, quando muito, o tabuleiro de zadrez por onde vamos desfilando ora em casa negras, ora em brancas, mas sabendo sempre que a mão que lança o xeque é a nossa e nenhuma outra. só nós decidimos se o xeque é mate ou não, por isso...
    um abraço, laura!

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  2. Ultimamente pareço viver num tabuleiro de casas pretas, e a mão tremelica ao xeque!
    Resta o desejo que seja mate!
    Beijo!

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