«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

domingo, 25 de abril de 2010

Vila do Conde

Veio no mar,
Cavalgando entre a espuma,
Montado no seu cinzento corcel.

Entre paredes de tempestade,
Fez ouvir o seu trompete,
(A doce balada).

Chegou na noite, só.
Cobriu de orvalho
Um corpo exausto.
Beijou sem fim
Os lábios em sangue.

Apareceu do mar,
E deixou o sal.
Partiu com a maré,
E levou as lágrimas.

8 comentários:

  1. poema bonito, laura.
    bem parido.

    com dor.
    destes que deixam tudo ardido.

    e os trovante?
    vamos?

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  2. "(...)Apareceu do mar,
    E deixou o sal.
    Partiu com a maré,
    E levou as lágrimas. "

    lindo!
    beijo

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  3. Roberto, este poema levou-me quase tudo, as entranhas e o sangue, mas eu regenero rápido!!!
    Quanto aos trovante, já falei com o Jorge, se der, (isto porque vida de professor nem sempre deixa a gente fazer o que quer e quando quer, e eu ainda por cima também dou aulas à noite),é claro que a gente vai, yes!!!!
    Beijos
    Laura

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  4. Em@, obrigada pelas tuas palavras!
    Beijos!
    Laura!

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  5. Andy, vão sendo os vossos comentários que me fazem sorrir e regenerar!
    Beijos
    Laura

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  6. Se não é um poemaço, Amiga! E como entendo cada verso, cada palavra, cada som, ao ritmo de um coração que bate de modo diferente dos demais. Sei-o bem! Beijinho grande!

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  7. Bem, bem fazes-me corar, ó mestre da poesia (Jorge).
    Estou a ficar obvia demais, não achas?

    Beijos

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