«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

domingo, 18 de abril de 2010

Longe

Fosse o medo aço,
Cravava-o no peito,
Fazendo erguer esguias torres,
Em pó.

Desejasse o vento desejo,
Amargo na boca,
Semeava-o nos ventres,
De betão.

Recuassem os tempos,
Mesmo que em fios de algodão,
Para me aninhar ao teu lado.

2 comentários:

  1. E é mesmo... o medo? o aço; o desejo? o vento; e o tempo? apenas flocos de algodão... ainda para mais nada doce... pois que longe de ti...
    Seja o peito a ilusão maior, aquela que dá sentido ao des-encanto nesta escada rolante a que chamamos vida.
    Beijinho!

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  2. Incondicional!
    Ainda bem!
    Beijo Jorge!

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