«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Estudo I

Não me podia importar menos.
Mesmo quando ainda me fazes engolir em seco.
Secou-se o sangue. Estalou o desejo.
Ainda assim a sede mirrou.
Pintaste um se.
(Encontro).

Ainda me fazes engolir em seco.
Seca-se o sangue.
Estala o desejo.
Mirra a sede.
Pinta-se um se.
Descobre-se uma frincha.
(Desencontro).

1 comentário:

  1. A diferença entre o encontro e o desencontro reside na frincha que se abre diante do olhar...
    (Talvez não saibas, Amiga Laura, mas deixei "Nome" no teu blogue, porque, em certo sentido, germinou lá. Lia o teu "Slurp" e apeteceu-me atirar uma pedrada ao charco. Mas, mexi tanto nele que acabei por me molhar, hihihi!)
    Um beijinho!

    ResponderEliminar