«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

terça-feira, 29 de outubro de 2013

notas para jogo interminável

I
aposta no vermelho
todo o dinheiro que trazes
na algibeira que ainda resiste

II
bebe a última gota
de álcool
falsificado

III
esboça um sorriso
por cada bala
que cai no pó

IV
fecha os olhos
quando te preparas
para acordar

V
aposta no preto
a vida que ainda é tua
a que resta

VI
esquece
aprende
e esquece de novo

VII
as regras são estas
as regras são nossas
as regras mudam


3 comentários:


  1. [um jogo interminável, cair,

    erguer de novo
    caminhar.]

    um enorme abraço,

    Lb

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  2. Sim, somos as constantes apostas que fazemos com nós mesmos.

    Bjos!

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  3. Esquece, aprende, e esquece de novo... esse é o ciclo da vida!

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