XXXIV
Há noites que consigo adormecer.
A rotina habitual, o cerrar mecânico das pálpebras: estou a dormir, finalmente.
Durante o sono sonho que morro e
não há mais nada, um ponto final paragrafo, uma história que vê o seu fim, uma
história que não soube como escrever. Faltou-me a tinta. Embrulharam-se as
palavras. Emudeceram-me os silêncios.
Só isto, morri e nada mais.
Mas o temido acordar acaba por se
tornar realidade e a vida é essa que se segue, apresentada numa bandeja que
nunca consigo alcançar.
E quantas mortes encerrarei nesta
vida de grades?
Suspeito que incontáveis, está pra nascer alguém que morra mais que o poeta em vida.
ResponderEliminarBeijo, Laura!
Nossa! Sinto como se vc me lesse. Já disse isso, mas muito da sua escrita se aproxima da minha, na temática, quero dizer. E como é bom se encontrar no outro, partilhar esse peso do mundo nos ombros.
EliminarBeijo, querida!
Dormir não é tão difícil, o acordar sim, este dói até para os que nunca dormem.
ResponderEliminarbj, bruxinha das letras
corpo de poeta é urna que guarda tantas mortes...
ResponderEliminarbeijinho, Laurinha!
Laurinha,
ResponderEliminare quantas sobrevidas se terá para tentar sair delas?
Beijos e ótimos dias!
É melhor não adormecer. Só assim não faltarão tintas para mergulhares na magnitude destas palavras tão singulares.
ResponderEliminarBjs.
as mortes deveriam nos fazer mais fortes...
ResponderEliminarmas ainda hoje sinto uma dor pelas partes que morrem em mim, aquelas que nunca mais vou encontrar, aquelas que se partiram feito vidro estilhaçado...
a cada renascer, um novo espelho. O antigo é amputado. E eu fico pensando se o novo reflete mais ou menos do que somos...
Afinal, a morte nos torna menores ou maiores?
sempre tão tão bom te ler...
beijinho, poeta!