I
não esquecer:
de fechar os olhos antes de adormecer
a cegueira teima em atacar as negras noites
II
não esquecer:
de dormir acordada
os sonhos são cantos envenenados onde perecemos
III
trazer sempre no bolso
uma lâmina bem afiada
pois nunca se sabe quando o espelho se parte
IV
perguntar sempre
quanto de mim se fecha num nome
que não sendo meu, sempre me coube
V
abandonar, tentar esquecer
a graça do batismo
que nos leva pela vida que se vai desfazendo
VI
aprender
a dormir com os fantasmas
mortos no ventre
Fotografia de Pedro Polónio, http://club-silencio.blogspot.pt/
[Queridos amigos, companheiros desta minha viagem as férias têm-me afastado dos vossos blogues, apesar de os continuar a ler, é-me difícil deixar comentários pois o tempo é escasso. Tentarei, o mais breve possível, deixar as minhas marcas nas vossas viagens. Muito obrigada a todos.]
ResponderEliminar[o dia abrupto
que cresce dentro de nós,
como nós.]
um imenso abraço,
Leonardo B.
Adorei a forma de lista de compras. Estou pensando até agora no número IV.
ResponderEliminarBjos e boas férias!
Que triste belo poema essa tua lista que poderia também ser minha.
ResponderEliminarxx
Oh, guria, que felicidade estranha me habita visitando a dor dos seus versos.
ResponderEliminarTalvez, felicidade seja um exagero. Conforto faz mais justiça.
Ou sua lista é uma dupla da minha ou as dores são mesmo universais.
Se bem que os homens não recebem fantasmas no ventre...
Beijoss
Ótimo manual de sobrevivência...
ResponderEliminara vida anda mesmo precisando desses artifícios.
Uma ideia muito interessante, de fazer uma lista de compras com estes pensamentos tão profundos!
ResponderEliminarGostei muito, e também como a Larissa, estou a pensar no Nº IV... Não me vou esquecer de me perguntar!
Beijos e boas férias
Laurinha,
ResponderEliminaro pseudônimo em si, já carrega toda uma lista de compras, verdade?
Beijos e ótimos dias!
Laura
ResponderEliminarNão sei qual das notas a escolher. Talvez a segunda.
Bjs.
Te lendo e lendo o comentário da Lelena, acima...porque foi o que pensei: as dores parecem mesmo ser universais. Minha lista parece muito com a tua.
ResponderEliminarBeijos,
Debater os conceitos, sacudir as ideias feitas, afastar para longe as suas cabeleiras...
ResponderEliminarBeijo :)
"perguntar sempre
ResponderEliminarquanto de mim se fecha num nome
que não sendo meu, sempre me coube"...
#Eu sempre me chamo Outra. Assim mesmo, com O maiúsculo...
Demais o IV!
ResponderEliminarNão preciso dizer (dizendo) que guardo no bolso a mesma lista de compras, com algumas poucas diferenças ou acréscimos.
ResponderEliminarBjão, poeta querida
devastador este poema,
ResponderEliminarbeijo
como disse o Assis, este poema é devastador...
ResponderEliminare eu adoro a inquietude que teus versos me trazem.
saudades imensas de ti.
beijo beijo