ninguém que saiba
das ondas que nascem em alto mar
e morrem muito antes da orla da praia
ninguém que ouça
o gemido das folhas esquecidas
devoradas por ânsias enraivecidas
ninguém que conheça
o triste lamento de dentes escancarados
abafado por bocas arqueadas
ninguém que termine
ninguém que acabe
ninguém no espelho da casa de banho
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
há sempre um olhar tecendo palavras na boca do dia...
ResponderEliminarsaudações, poeta amiga!
Ninguém é alguém escondido por trás da boca.
ResponderEliminarO poema, um assombro!
Bj e super fds
ninguém que...
ResponderEliminarmas há sempre alguém.
beijo, laura!
bowie e reznor juntos nesta "lição imunda do coração".
Laurinha,
ResponderEliminarum ninguém e tudo que o significa, simplesmente sem...
Beijos e ótimo fim de semana!
PS.: Adoro o David Bowie, tenho paixão por ele e sua carreira!