anoitece na cidade
estico as asas e julgo voar
já não passo naquela rua, a nossa rua
não conheço a companhia das pedras
e na calçada os nossos cigarros
há muito que foram varridos
depois,
há sempre um depois
tal como houve um antes
e ontem, ontem é cicatriz de nós,
o esquecimento um curto intervalo
- interessante você falar de intervalo, de esquecimento, pois nossa vida está na pausa...
ResponderEliminar"A verdadeira beleza não está na coisa em si. Os discursos da peças de Maeterlinck exprimiam o seu espírito através da pausa existente entre uma palavra e outra. Em todas as coisas, a beleza verdadeira está muito mais no "intervalo" que as une do que nelas em si. Cada fonema isoladamente não é tão belo, mas quando ele se liga a outros fonemas nasce, na "pausa" entre eles, uma beleza que cada um em si não possui. O mesmo acontece com as cores. Quando duas ou mais cores se combinam nasce uma beleza que não existe em cada uma delas. A música está na "pausa", a arte plástica está na “pausa”, e a vida do homem está na "pausa". Não sei quem inventou a palavra "homem" em japonês, composta de dois ideogramas - pessoa e intervalo -, mas de fato a vida do homem não está em cada indivíduo; ela está no intervalo entre um indivíduo e outro que se ligam...", Mestre Masaharu, A Verdade da Vida, Vol. 8, pág. 84...85
Laurinha,
ResponderEliminarentre o ontem e o depois, o intervalo, quem sabe o 'nós' em sua mais tenra metáfora.
Beijinhos!
laura:
ResponderEliminar' ontem é cicatriz de nós,
o esquecimento um curto intervalo'
beijo
laura,
ResponderEliminaro ontem é cicatriz, mas ainda assim consome mais sangue do que o próprio coração. que ciência pode explicá.lo???
beijo!