«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

desAlinhado XXII

Willst du ins Unendliche schreiten,
Geh nur im Endliche nach allem Seiten.
(Queiras tu dirigir-te ao Infinito,
Caminha em todos os sentido no Finito)
Goethe
e assim o vento passa
arrasta as cinzas remanescentes
entre noites despojadas sem mim

quartos abandonados
paredes nuas
camas vazias
corpos roubados sem alma

e assim o tempo corre
doloroso pela carne que ainda resiste
à espera do falacioso infinito

2 comentários:

  1. Laurinha,

    explorando todos os ângulos para depois permanecer no infinito.

    Beijos!

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  2. "à espera do falacioso infinito". enquanto isso, faz-se cada vez mais finito. na insalubre e arredia consciência...

    beijinho!

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