«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

domingo, 5 de fevereiro de 2012

desAlinhado XIX


quanto tempo pensas tu
que vais esperar,
enquanto deixas que viscoso
se alongue o aviso?

quanto será o peso
dos dias que guardas
em segredo
nas gavetas sem fundo da tua mente?

e de quem será o rio
que te corre pelas pernas,
até que seque sem nunca
ter nascido?

3 comentários:

  1. este é de uma infinitude que não me atrevo a dar mais uma palavra sobre ele...

    confidencial!


    Beijinho, moça-poeta-do-além-mar!

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  2. sem nunca ter sido, rio e desvario


    beijo

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  3. Laurinha,
    a espera (des)espera, não é mesmo?

    Lindo poema!

    Beijinhos!

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