«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Morreste-me

morreste-me
sem nunca termos nascido
no caracol das nossas vidas

fugiste-me
enquanto corria sem ar
na terra que deitavas fora

perdeste-me
nos braços que se quedaram
perante a urina que caia

queimaste-me
no frio que deitaste
do beijo dissolvido no tempo

morreste-me
morreste-me
morreste-me


"Poema" - de Rodrigo Leão, Rogério Samora e Gabriel Gomes

1 comentário:

  1. quantas são as coisas que têm de morrer para se poder viver? pim!
    (o vídeo que postaste foi desactivado. que pena. estava curiosíssimo por "ouler" o poema de rodrigo leão (não imaginava que também escrevesse...)
    um beijo!

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