toda eu sou vento:
esquecido
afagando os fios do tempo
distante
toda eu sou chuva:
adormecida
bebida pela boca grotesca
do gigante
toda eu sou onda:
desfeita
na linha de areia que termina
aos teus pés
toda eu sou frio:
perdido
na algibeira de umas calças
velhas

Desenho de Almada Negreiros
ainda que desfeita no que de mais violento a existência nos reserve, toda tu és... toda... e tu. com metades, partes e pedaços que se completam no puzzle mais perfeito que mãos hábeis um dia saibam reconjugar.
ResponderEliminarum beijo, poeta-amiga!
...
ResponderEliminarVento,
chuva,
onda,
frio...
Inverno praiano que termina com a primavera
à vera.
Abraço.
...
Gostei tanto Laura!
ResponderEliminarposso dizer-me um bocadinho do teu todo?
"toda eu sou chuva:
adormecida
bebida pela boca grotesca
do gigante"
e mais uns tantos todos...
p.s. Almada Negreiros, o escritor e artista plástico :-), adorei o desenho tb!