«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sonho

Dormi,
Pousada levemente em ti,
Envolta nos teus braços nus,
Enquanto sussurravas a lenda do tempo,
Percorrendo esse estranho querer,
Com dedos perdidos de algodão.

Embalada,
Deixei-me ir à deriva de ti,
Coberta com o teu corpo nu,
Emaranhada na espuma doce
Dessa inatingível paixão,
Que destilas do teu âmago.

Dormi,
Um sono infinito,
Ao longo de tecidas malhas do tempo,
Para no fim desvendar
Que de um sonho se tratava.

1 comentário:

  1. O sono infinito projectado no sonho finito... por que será que o que perseguimos se torna intangível e o que procuramos exorcizar se impõe de modo definitivo?...
    Bien, comandante, hay que creer e jamas capitular!

    Um beijinho, guerreiro das sensações!

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