«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Cubo

Na boca o luar,
Cerrando os lábios.
Olhar de cera,
Sobre a cópia distraída.
Eco da memória
Pousado na espalda.
Sabor a mar,
Guardado no ventre.

Forma disforme
Rolando ao tempo.

4 comentários:

  1. Ós únicos sólidos que alguma vez poderiam tocar-me: os desenhados com as palavras.
    Belíssimo, Laura!

    ResponderEliminar
  2. tocar e rolar com a palavra...

    no brasil, quando se refestela com (em) alguma coisa, dizemos que "deitamos e rolamos"...

    deitei e rolei na sua poesia.

    abração do
    roberto.

    ResponderEliminar