«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Vezes sem conta

Quando foi que nos amamos?
Em sonhos.
Quando foi que demos voz ao sentimento?
Em silêncio.
Quantas vezes nos desejamos?
No desconhecido.
Quantas vezes nos tocamos?
Na solidão dos dias.
Quantas vezes nos amamos?
Na sinopse do tempo.


Quando foi que te conheci?
No nunca de um amanhã.

2 comentários:

  1. Para quê conhecer, se o amor, como os demais afectos, é anterior ao acontecer?...
    Haja amanhã sem nunca!
    Beijinho, Amiga!

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  2. À semelhança de um desafio lançado neste blog em Março último, proponho aos meus blogfriends a reedição dos "Acorrentados" à leitura. Porque passaram meses e muitos livros foram/estão a ser lidos, proponho uma partilha, em jeito de corrente circular, de um detalhe da leitura que estamos a fazer, no momento, e de modo alietório. Desta vez, a ideia é publicar o que a leitura presente oferece na página 79, linha 18.
    Tenho andado a ler a poesia de Ademar dos Santos e o romance "As Velas Ardem até ao Fim", do húngaro Sándor Márai. Eis o que me oferece o livro na página e na linha mencionadas:
    "Fui-me embora inesperadamente, sem dizer adeus. Sabias e sentias certamente que não podia fazer outra coisa, tinha que ser assim." (Nota: para que a frase fizesse sentido, entrei na linha 19).

    Beijinho!

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