Articulas os teus finos lábios,
Deixando sair o silêncio.
Abres os teus desmesurados olhos,
Para entrever a escuridão.
Mergulhas no éter,
Em busca da palavra.
Segues o teu trilho
Rumando sem destino.
Ergues os teus braços,
Sem ter quem abraçar.
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
Mas, se articulas, se abres, se mergulhas e se segues, vives! Se vives, hás-de ter quem abraçar.
ResponderEliminarMas também lhe digo que...
ResponderEliminarO silêncio pode ser um adorno dos lábios,
A escuridão pode ser um palco dos sonhos,
A palavra pode só estar adormecida,
O destino pode ser só o trilho, todos os trilhos,
Os abraços por vezes têm que ser correspondidos...
Estou divagando, creio... mas acredito que a vida seja um pouco disto tudo, também...
Um óptimo domingo...
Não divaga...
ResponderEliminarA vida é um caldeirão de tudo e ao mesmo tempo de nada!
Obrigada