«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

segunda-feira, 16 de março de 2009

Porto

Sonhei, sonhei que estava em Nova Iorque, New York, New York! No céu um vagaroso corrupio de densas nuvens cor de chumbo, uma suave brisa cortante que penetra no mais fino dos sobretudos, e transito, muitos automóveis, autocarros, táxis, motorizadas, motos…
Abri os olhos e estava realmente lá. Pessoas passavam por mim, formigas concentradas na sua labuta diária, semanal, mensal anual, e eu estava lá. Diluída na multidão, camuflada por entres as torres de cimento, que cortam o céu imaculado, que o Criador inventou para que a cidade, a minha cidade, poluísse, rasgasse e esventrasse a sua suja virgindade.
Sim eu estou lá, na rápida cidade que se arrasta lentamente ao longo da sua curta existência, New York, New York. Se eu chegar a ti, sei que chegarei a todo o lado.

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