«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

sexta-feira, 13 de março de 2009

A galope por entre as sombrias florestas,
Envoltos em denso nevoeiro,
Ombros protegidos por uma pesada manta.
Na mão direita as rédeas
Na esquerda, a nervosa espada.

Olhos inchados de noites sem sono,
Vividas num incessante medo da emboscada
Olhos cansados de procurar o inimigo invisível,
Escondido nos patamares do esquecimento.

A galope seguimos, por entre essas florestas,
No meio de pedras soltas,
Descendo as subidas vertiginosas,
Subindo as descidas íngremes.
Entre riachos secos imaginários.

A galope seguimos, por aquelas florestas,
Ansiando o odor ferroso do sangue.
Desejando o cheiro da carne putrefacta.
Senhores da Vida, Escravos da Morte.

Os profetas da verdade,
Igualmente os loucos da sociedade!

1 comentário:

  1. "A galope seguimos, por entre essas florestas,
    No meio de pedras soltas"
    Acrescentaria "tu e eu", querida Amiga!

    Beijo grande!

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