«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Desculpa-me, desculpo-te!

Desculpa não me ter salvo.
Perdi-me entre sentimentos povoados de emoções.
Aninhei entre trincheiras de ódio indignado.

Desculpa não te ter ouvido,
Nesse teu discurso surdo de dor,
Numa encenação de um gesto imóvel de doçura.

Desculpo-te pela tua presença ausente,
Disfarçada na minha ausência sempre presente.

Relembra o que em tempos possuíste,
Sem nunca perceberes o que detinhas.
Esqueço o que sempre soube que não fruía
Deliciando-me com ilusão.

2 comentários:

  1. São os pequenos desencontros que dão sentido aos afectos; se tudo fosse racionalmente perfeito e equilibrado, as relações seriam automóveis num bocejo de auto-estrada, ou batéis em ilhas vazias de água... Ah, e António Damaso nunca teria feito a descoberta que a todos surpreendeu!

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  2. Fogo, este Jorge Pimenta deixa cada comentário que parece de poeta! Nem me atrevo a dizer nada!

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