VIII
amanheceu, uma luz pálida acaricia o teu corpo nu
ainda que a penumbra nos cerque o olhar,
adivinho a forma do teus ombros, do teu peito espalhado
sinto o odor do teu suor e deixo-me perder na tua pele fresca
amanheceu:
sinto o calor que ainda resta
entre cigarros queimados somos meros navios à deriva
nesta louca tentativa de sermos deuses
«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares
O que escreveste não é prosa... é poesia e da boa.
ResponderEliminarGosto de te ler, sou um navio com o rumo das tuas palavras.
Laura, o meu abraço.
querer escalar a morada dos deuses não é crime ou loucura; importa é não esquecer a descida, sempre tortuosa e malfazeja.
ResponderEliminar"um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta"
al berto
beijo, laura-amiga!