as árvores suspiram nos ramos agitados
a sua prisão eterna.
fosse árvore e também agitaria os ramos.
mas este vento cola-se aos ossos
afaga a carne e gela o sangue
ouso morder-lhe a língua num aviso de insanidade declarada
quando vestir de inverno o esqueleto
como hei-de gritar o podre e a finitude?
ao dobrar a esquina, sinto-lhes o bafo acre
adivinho a linha da gengiva a sangrar o seu veneno
são inúteis estes vermes onde assento os pés
e lá fora agitam-se as bandeiras desbotadas
sou um galho seco
pleno de humanidade boiando sobre o lodo
a sua prisão eterna.
fosse árvore e também agitaria os ramos.
mas este vento cola-se aos ossos
afaga a carne e gela o sangue
ouso morder-lhe a língua num aviso de insanidade declarada
quando vestir de inverno o esqueleto
como hei-de gritar o podre e a finitude?
ao dobrar a esquina, sinto-lhes o bafo acre
adivinho a linha da gengiva a sangrar o seu veneno
são inúteis estes vermes onde assento os pés
e lá fora agitam-se as bandeiras desbotadas
sou um galho seco
pleno de humanidade boiando sobre o lodo
Laura Alberto / João Miguel Ferreira
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