«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

domingo, 21 de junho de 2009

Naquele sitio onde me encontrava,
Teria que me concentrar na labuta.
Um servo cumprindo o seu dever.
E assim me sentei eu, decidida,
Plenamente resoluta a fazê-lo.

Sentada, em silêncio.
Aquele meu fiel companheiro de sempre.
O silêncio que de início era doloroso,
Era agora objecto do meu desejo.
Em silêncio, sentada.

A obrigação foi diminuindo,
Tornando-se inexistente.
O pensamento fluiu subtilmente,
Éter em direcção ao infinito,
Diminuía a obrigação.

Imensas eram as perguntas,
Assaltando-me no vazio daquela tarde quente.
O que devia ter sido terá agora lógica em o ser?
O que com medo foi pensado será agora revelado?
As perguntas da tarde imensa.

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