«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

estilhaço número IV

todas as tempestades
terminam em ti
guardadas no pequeno peito
que descobre golfadas de ar

todos os vendáveis
correm doces
entre as curvas involuntárias
dos teus dedos frágeis

e todos os nomes
escondem o teu em silêncio
e todos os sonhos
são agora tua pertença
e todos os medos
são agora tão pequenos, aos teus pés

um dia saberás ver
os pássaros que cruzam o céu
e deixarás que passem sem notar

um dia a chuva será
apenas água fria
que te gela o corpo

um dia o vento
trará
a memória dos que perdeste

um dia os teus sonhos
serão de outros,
e que tu sejas sempre tu

e o sorriso a ti pertença

2 comentários:

  1. Minha amiga tão especial, nenhuma tempestade será maior que o sorriso desse teu pequeno grande muso.

    Caminho por tuas palavras com total intimidade, de tanto que me pertencem

    Poemaço com o extraordinário de sempre!

    bj grande, poetaça da minha saudade

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  2. Laurinha,
    estava com saudades de te ler, assim como estou com saudades tuas.
    Poesia de primeira!

    Beijos para vocês!
    PS.: Dia 24 de fevereiro, minha pequenita Luíse fará já 7 anos! Está grandona!

    Beijinhos ao Afonso!

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