«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Súplica

Traga as vagas,
Abarca as milhas.
O frio vai cercando o coração,
Deixando que a escuridão cerre os olhos.

Solta as velas,
Foge da ilha.
A solidão queima os ouvidos,
Nos dias que pesarosamente vão nascendo.

Liberta o perfume,
No vento que foge,
Sabes que acabará por chegar.
Por chegar a algum lugar.

3 comentários:

  1. chega-se sempre, laura...
    nas asas da poesia chega-se mais depressa.

    saiba-se sabedora disto.

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  2. Obrigada Roberto, espero chegar lá!
    Beijinhos

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  3. há-de chegar-se, sim... porque os pés foram feitos para caminhar, as pernas para nadar e os braços para voar. Sempre!
    Um abraço!

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