«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Estudo XXV

Deixei que a chuva me cobrisse.
Estes dias são difíceis,
Dizes que tenho que respirar,
Mas continuo a não o conseguir.

Fugiu o ar,
Levou com ele as memórias
E o tempo dói mais do que nunca.

Restam as lápides,
Quebradas sobre o solo,
Na dobra do irremediável.

3 comentários:

  1. "Na dobra do irremediável", vivemos e temos que continuar. Belo Estudo. Abraço

    ResponderEliminar
  2. Só a morte não tem remédio, não é?
    As memórias reinventam-se...
    Beijo no <3

    ResponderEliminar
  3. também eu perdi o ar ao ler este teu estudo XXV...
    (por que razão as lápides estão quebradas contra o solo? porque obviamente estão vazias... até o ar de lá saiu...)
    um beijinho, laurita!

    ResponderEliminar