«Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.»
de Paul Auster
"Saber que será má uma obra que se não fará nunca. Pior, porém, será a que nunca se fizer. Aquela que se faz, ao menos, fica feita. Será pobre mas existe, como a planta mesquinha no vaso único da minha vizinha aleijada. […] O que escrevo, e que reconheço mau, pode também dar uns momentos de distracção de pior a um ou outro espírito magoado ou triste. Tanto me basta, ou não me basta, mas serve de alguma maneira, e assim é toda a vida."
de Bernardo Soares

domingo, 2 de maio de 2010

Estudo VIII

(Maria-rapaz)

Lembro a rapariguinha com cabelo à rapazinho
Que saltava no cimento,
Sozinha.

Parei o carro para colher uma papoila.
Morrem rápido.
Melhor será ficar aí.

Onde está o rapazinho?

4 comentários:

  1. Os Estudos despertam-se, são em si mesmo insinuações de memória. Ei-las pois, e nós a lê-las. abraço

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  2. Cresceu, Laura. A papoila tocou-a, desprendendo a bola, os carrinhos, os revólveres... nas suas pétalas, tão-somente a graça dela.
    Beijo!

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  3. E neste momento Assis, os Estudos despertam-me, fazem respirar e querer respirar cada vez mais! E sabendo que alguém os lê, para mim ja vale por tudo!
    Beijos
    Laura

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  4. Jorge, a criança cresceu, é adulta, mas guarda a infância nela!Sempre!
    Beijos

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