[para os que partem, com os olhos noutro futuro, para os que ficam e os vêem partir]
onde estão os teus filhos
que alimentaste com o peito em ferida
cantando as glórias de viriato
entregaste as suas almas
ao mar da tempestade na esperança de outros futuros
e viste-os padecer na orla da praia
pedaço de terra, país de sofredores
que carregam a cruz que não puderam escolher
porque fechas os olhos agora
ah, Portugal, que fizeste tu
parindo fortes guerreiros
ah, Portugal, que fazes tu
abandonando os teus filhos
talvez eles voltem, um dia, Portugal
com a lágrima nos olhos
e tu com os braços bem abertos lhes beijes a fronte
talvez fiquem bem longe de ti
com a triste memória
de serem os teus filhos esquecidos